Verde é a Cor.

Piscou o olho verde e eu sorri.

De resto, era tudo de um cinza amargo:

A fumaça que saía de sua boca, a minha camisa surrada, o asfalto ainda quente do sol de outrora, o céu da tempestade, a tristeza de nossas vidas.

 

Mas aquele verde, aquele pedaço de cor…

Parecia ser suficiente para colorir minh’alma

Para tornar vermelho o sangue

Para pintar de azul o céu

Para fazer bater no peito o coração morto.

 

Quisera encapar de verde o mundo

Quisera vestir a cor de uma vida

Quisera sentir o gosto de uma cor

Quisera mais que esmero,

os olhos de esmeraldas.

 

 

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Cá estou, Beatriz: a pouca vergonha das saias e o amar de Platão. Inteira feita em prosa, venho pintar de vida o quadro monocromático deste recinto. De quando em quando, darei o ar da graça, mas, desde já, saliento: Tabacaria é dos meus poetas e dos meus poetas somente. Sou apenas um transeunte, um fantasma. A sombra de minhas mãos, porém, se fará eventualmente presente para vos puxar os pés e acariciar a face.
Para bem ou para mal: prometo manter contato.

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