Arquivo da categoria: Beatriz

Selvageria Compilada.

Mais vale um dólar no banco que dois na mão.

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Trouxe na minha trouxa

os ares da cidade grande

e os mares do interior.

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A ordem das rosas

não altera o buquê.

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Não só de sílabas poéticas vive a poesia.

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Verei se tiro um tempo

para regar minhas flores de plástico.

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Não a morte, mas a vida se encarregou de nos separar.

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Ó mar,

quem tu pensas que engana

com esses olhos de ressaca

e essa boca de maresia?

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A menina se enforcou

em fitinhas do Senhor do Bonfim.

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A vida é o gosto na boca

de um café que se tomou ontem.

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Verde é a Cor.

Piscou o olho verde e eu sorri.

De resto, era tudo de um cinza amargo:

A fumaça que saía de sua boca, a minha camisa surrada, o asfalto ainda quente do sol de outrora, o céu da tempestade, a tristeza de nossas vidas.

 

Mas aquele verde, aquele pedaço de cor…

Parecia ser suficiente para colorir minh’alma

Para tornar vermelho o sangue

Para pintar de azul o céu

Para fazer bater no peito o coração morto.

 

Quisera encapar de verde o mundo

Quisera vestir a cor de uma vida

Quisera sentir o gosto de uma cor

Quisera mais que esmero,

os olhos de esmeraldas.

 

 

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Cá estou, Beatriz: a pouca vergonha das saias e o amar de Platão. Inteira feita em prosa, venho pintar de vida o quadro monocromático deste recinto. De quando em quando, darei o ar da graça, mas, desde já, saliento: Tabacaria é dos meus poetas e dos meus poetas somente. Sou apenas um transeunte, um fantasma. A sombra de minhas mãos, porém, se fará eventualmente presente para vos puxar os pés e acariciar a face.
Para bem ou para mal: prometo manter contato.

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