Existe como vento sem direção, sem sentido,
O passado e o futuro não entram em questão.
Não há ida, não há volta, nem o lugar…
Nem há silêncio sem leve suspiro de prazer.
O tornado gira em volta da mesa,
Não há direção, não há futuro em questão.
Na ida não há volta, porque o que foi prazer
Não voltará a ser silêncio.
A poesia de amar em mim se esboçou,
E não preciso saber falar, ler, escrever,
Para sentir sua caligrafia misteriosa
Preencher minhas páginas levadas pelo vento.
O vento gira como tornado em volta da mesa.
Não há silêncio no passado ou sentido no futuro.
O que falou está falado e agora temos é que
Girar em volta do mundo.
A translação de amar, que reinventa o amor
Em volta da mesa do passado. Amar,
Sem saber esboçar a caligrafia do futuro,
E preencher a tudo com o amor do mundo.
Não há silêncio para escrever,
O que sobra é falar e girar
Em volta do que não tem sentido.
Mais do que passado, o presente é amar.
Concretizo o verbo de girar,
Esboço o futuro de fazer amar,
Só amar agora em volta da mesa:
Amar como tornado sem direção.
Ser a direção do vento,
O tornado da poesia de girar, escrever, ler
E falar sobre os mistérios de amar em volta da mesa.
Não há espaço para o sentido do prazer.
Improvisar, sem tempo de girar,
Na direção do futuro sem questão.
Suspirar o prazer do mundo e fazer vento,
Escrever a caligrafia do amor-momento.
Existir como o choro de amar e crer.
Girar como o finado momento de saber.
Não há volta sem a ida
E não há amor sem passado.
Não importa o passado de amar,
Nem há sentido no futuro para escrever.
Giro o tornado negro de falar
E logo retorno ao meu silêncio de não crer.
Na negritude de seus olhos contemplo
O Mistério de falar, escrever, amar e compreender.
O tornado que gira é nosso amor
E para esse amor gira o vento ao morrer.
Amor,
Na saúde de amar,
Na doença de adorar,
Na riqueza de girar,
Na pobreza de olvidar,
Esperar que o amor
Nos separe da morte
De sofrer.